Com o tempo, curiosa como era, Izabel resolveu tentar descobrir o que era amor. Mas ainda não era hora. Ela sentia que o tempo também deveria ser amado e respeitado, por isso o esperou.
Enquanto estudava para seguir o ofício que mais desejava, ela sentiu-se diferente. Não conhecia algo que se comparasse a sensação de força e motivação que ela sentia. Agora fazia sentido.
Izabel amou frenética, desesperada e lascivamente, sentindo que tudo que estava a sua volta se desfocava.
Tornou-se mulher em corpo e espírito.
Mas ela, com o tempo, percebeu que o amor não pode ser um coma induzido no qual você observa tudo a sua volta mas não reage, agora situando-se em um mundo interior. E pelo prazer ou pela dor, ela percebeu também que o amor é algo que surge tão intensamente, que os mais puros corações podem, com o tempo, conseguir desfragmentá-lo e amar a cada folha, cada pássaro, ou mesmo cada pedra que esteja em seu caminho. Afinal, por dentro de seus olhos de vitrais, Izabel ainda era uma menina e fazia questão de olhar o mundo com a inocência de uma criança, e amando grandiosamente todos os seus elementos.